quarta-feira, 19 de maio de 2010

e não seria durante o dia

Então, isso aí foi ontem a noite/madrugada. Agora também fiquei sem os vhs.







:)

sábado, 8 de maio de 2010

não seria em dia de sol

faz um tempo eu quis.
ontem, ao chegar em casa, a primeira coisa que fiz foi uma ligação. perguntei como estavam e tive como resposta um “ele tá indo”. em qualquer outro contexto, esta sentença poderia significar outra coisa, talvez uma boa coisa, mas ontem não. ela vinha acompanhada de um silêncio triste que transpassou a linha telefônica.

deixei que tudo.
eu nunca fui muito próxima, é até meio triste e impessoal dizer que quase nem sabia quem era. a lembrança mesmo é de um velhinho curvado, correndo atrás dos meu cachinhos, eu tinha cinco anos. lembrança esta permeada por fotografias e filmes vhs de aniversário, que depois foram construídas, enquanto eu correria pelo velho abacateiro. depois, no inverno, sempre haviam as piadas de quantas mudas de roupa ele usava, contavam os dias que ficava sem tomar banho. aí então, a troca de letras para rir do nome de minha irmã, talvez eu tivesse dez.



perto do fim.
depois da viagem, deu tempo de apresentar o novo namorado. foi ruim, havia alguma comemoração que não era dia dos pais. ele tossia muito e entre deboches e espantos, seguravam sua testa para que não engasgasse. durante muito tempo ele foi a causa dos dias eternos que passávamos na casa dos avós. queria jogar seguidamente dominó, e claro, ganhar sempre. os filhos homens, nove, faziam esforço e revezamento para tal.

não pude mais encontrar.
na verdade, eu nunca soube até onde ele sabia quem eu era também, e era assim que eu me explicava. eu dizia que nunca ia chorar quando acontecesse, porque não havia amor. e talvez não há, porque é assim que eles se criaram todos: os quinze. a família ao lado da vendinha da bilica, os martins, o seo firminio. ele nunca pediu muito, pedia muito por ela, que é quem pede sempre.

te ouvir dizer.

mas a gente sofre. mesmo sendo a pior pessoa. a gente se envolve com outros que sofrem, e a gente sofre junto. às vezes com mais intensidade, outras vezes só de passagem. quem deveria sofrer mesmo está calado, e talvez todos os quinze estão. quem acompanha chora, porque fica mais fácil expor. e quem não chora, sente a dor no fundo do peito, enquanto se esconde embaixo do cobertor.



trilha: pato fu - canção para você viver mais