quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

pobre de mim

____Chove na cidade e é verão. Não é uma simples chuva, é um dia chuvoso que veio do inverno para assustar turista. Deixo a minha janela aberta, a cortina fechada para fazer clima e eu ter a liberdade de sussurrar músicas e coisas para meu ouvido. Adoro mais quando eles vão embora.
____Porém tenho que sair para o trabalho, e no ponto de ônibus um velho moribundo mantém o lugar. Ele tenta falar comigo e eu finjo que não ouvi. Ele persiste com a mesma devoção em que passa os dias, com canelas manchadas pelo tempo marcadas pela meia gasta. Ele só quer saber as horas, espera o ônibus como eu. Então quando chega eu confirmo com ele se é esse mesmo, ele grunhe e entra. Eu vou logo atrás, não se importa com a minha presença e vira a cara quando se senta.

Um comentário:

L.M. disse...

Ol�...

Esses familiares desconhecidos... Quando estou na rua, em situa�o como essa de ponto de �nibus, sempre recorro a eles para companhias telep�ticas. Claro que h� alguns perigosamente loucos, mas voc� j� tentou olhar no fundo deles at� que eles percebam que voc� t� olhando, ent�o h� alguns que te correspondem e voc� se sente perfeitamente sintonizado, protegido por eles.

Ou � s� loucura da minha cabe�a...

Adorei a visita, venha mais ;)